Colaborações
Nos últimos anos, trabalhámos com alguns artistas para trazer diferentes formas de arte para o nosso espaço — um processo que foi fundamental para a criação do Moinho. Acreditamos que a arte tem o poder de inspirar, e a ideia é que também inspire quem nos visita. Ao criar um espaço que celebra a criatividade e a auto-expressão, procuramos oferecer um ambiente acolhedor onde cada um se sinta inspirado.

Aida Bairos
Artesã de vime e produtora

Beatriz Brum
Artista visual

Constança Soromenho
Designer gráfica

Francisco Varela, re.SK8.design
Arquiteto e artesão

Joana Subtil
Diretora de arte e Designer de interiores

Luis Nobre Guedes
Fotógrafo

Luzalba
Artista visual

Marta Ramos, Ginger & Stitch
Artista de bordados

Miguel Cardinho
Artista Visual

Rita Sevilha
Artista têxtil

Tiago Águas
Designer de produto circular
Aida Bairos
Artesã de vime e produtora
Aida Bairos é uma artesã de vime e produtora que explora o potencial das fibras naturais através de técnicas tradicionais e contemporâneas. Baseada na ilha mais ao sul dos Açores – Santa Maria – começou a aprender o craft em 1986, com a orientação de seu pai, um mestre cesteiro. Desde então, apresentou o seu trabalho em exposições, feiras e eventos culturais nos Açores, em Portugal continental, no Brasil, no Canadá, em Cabo Verde e nos Estados Unidos. Conduziu diversos workshops e continua a expandir a sua prática com contínuas aprendizagens e upgrades. Aida cultiva os seus próprios materiais de forma sustentável e cria peças utilitárias e decorativas. O seu trabalho reflete uma profunda conexão com o lugar, o processo e o saber ancestral que deve ser preservado. Para o Moinho da Areia, Aida criou bancos de vime que trazem calor e detalhes artesanais para a sala de estar e suítes deluxe – um pequeno tributo à ilha de Santa Maria e um reflexo das tradições artesanais açorianas que procuramos honrar nesta colaboração.


Beatriz Brum
Artista visual
Beatriz Brum é uma artista visual açoriana, com trabalho que explora a natureza da luz através de processos e experiências que questionam a sua matéria, os seus limites e as suas formas. Licenciada em Artes Plásticas pela ESAD.CR, concluiu também os mestrados em Gestão Cultural (2017) e Artes Plásticas (2019) na mesma instituição. A sua prática tem sido reconhecida com várias distinções, incluindo o prémio Jovens Criadores no Walk&Talk (2015) e o Prémio de Pintura António Dacosta, atribuído pelo Governo Regional dos Açores (2020). Beatriz está representada pela Galeria Fonseca Machado, em Ponta Delgada, e continua a desenvolver trabalhos que desafiam as fronteiras entre a perceção, o espaço e a experiência sensorial. Para o Moinho da Areia, criou um díptico exclusivo, concebido em resposta ao nosso convite para refletir sobre os temas da sustentabilidade e do Atlântico. Fugindo à sua prática habitual, encarou este projeto como uma oportunidade de exploração material e conceptual – ao sobrepor e recortar manualmente sacos de plástico para formar a composição final. A obra inspira-se na sua série anterior sobre as lagoas de São Miguel, aprofundando a sua pesquisa sobre luz e forma. Enraizada na paisagem de São Miguel, esta peça chama de forma subtil a atenção para o equilíbrio delicado dos ecossistemas aquáticos que envolvem e sustentam a vida na ilha.
Youtube Series
Dialogues with the Artists





Título
Camada sobre camada
Técnica e Materiais
Sobreposição de recortes de sacos de plástico
Ano de produção
2023
Constança Soromenho
Designer gráfica
Constança Soromenho é uma designer gráfica baseada em Lisboa, com práticas de branding, editorial, packaging e direção de arte. O seu trabalho combina clareza visual com intenção narrativa, procurando sempre um equilíbrio entre o relevante, o belo e o extraordinário. Depois de vários anos em agências de design de referência, trabalha agora de forma independente, abraçando a liberdade de colaborar com pessoas e marcas em que acredita. Para o Moinho da Areia, a Constança desenvolveu a identidade visual inspirada na paisagem natural de São Miguel – desde a pedra vulcânica, os elementos oceânicos e a textura dos grãos até ao património arquitetónico do Moinho da Areia, que remonta aos séculos XVI a XIX, com especial destaque para os seus arcos e janelas. Elementos do Atlântico, como corais, conchas e rochas costeiras, têm um papel central, adornando materiais impressos e embalagens. A paleta cromática reflete a paisagem: terracota, bege desbotado pelo sol e um verde que evoca a vegetação da ilha, fundindo a essência de São Miguel com uma elegância contemporânea e lúdica.
Website
Constança Soromenho Studio


Francisco Varela, re.SK8.design
Arquiteto e artesão
Francisco Varela é o fundador da re.SK8.design, um projeto lançado em 2021 que transforma skates usados em mobiliário sustentável. Enraizado na estética da cultura do skate e nos princípios da economia circular, o seu trabalho dá uma nova vida a materiais descartados através da cor, do saber-fazer e da inovação. Cada peça é feita por encomenda, com madeira de skates e resíduos da indústria do mobiliário. O processo envolve a desmontagem, lixagem e reassemblagem de blocos de madeira em objetos funcionais com uma identidade própria e ousada. Para o Moinho da Areia, o Francisco criou peças de mobiliário por medida para as cinco suítes – incluindo bancos, cabides para os roupeiros, ganchos de parede e acessórios suspensos (como um espelho). Tudo cuidadosamente pensado, culminando numa mistura entre utilidade e arte, através de uma presença escultural. Estes objetos contemporâneos e funcionais trazem-nos, além de clareza estética, os valores sustentáveis, incorporando a essência da reutilização, versatilidade e design com propósito.







Joana Subtil
Diretora de arte e Designer de interiores
Joana Subtil é diretora de arte e cenógrafa portuguesa, natural das Caldas da Rainha e atualmente baseada em Lisboa. Com formação em Design de Equipamento pela Faculdade de Belas-Artes, o seu trabalho abrange cenografia, interiores, curadoria de exposições, montras e cenários para cinema. Desde 2019, tem-se dedicado a construir uma prática freelance multidisciplinar, ao criar ambientes que se adaptam a cada projeto – seja um palco, uma divisão, uma casa ou uma marca. A sua abordagem baseia-se numa compreensão experimental do espaço e da sua relação com as pessoas, onde escala, materialidade e narrativa coexistem numa harmonia cuidada. Para o Moinho da Areia, Joana assumiu o papel de diretora artística e designer de interiores, moldando o projeto desde as suas fases conceptuais até à concretização final, tendo feito várias viagens a São Miguel ao longo do processo. Desenvolveu composições interiores por medida e liderou a curadoria artística, orientando todas as colaborações para garantir uma estética coesa. O antigo moinho tornou-se assim numa âncora conceptual. Durante a fase de repérage, investigou o património moageiro da ilha e usou-o como ponto de partida para a sua reinterpretação. A partir de ofícios e tradições locais, sob uma lente contemporânea, trabalhou de perto com materiais, cores e técnicas – chegando a pintar manualmente a composição de azulejos em cada casa de banho. Sempre em busca do equilíbrio entre a história e uma visão atual, ajudou a criar aquilo que acreditamos ser uma casa que incorpora o espírito da arte de bem viver.
Website
Joana Subtil












Luis Nobre Guedes
Fotógrafo
Luís Nobre Guedes é um fotógrafo português baseado em Lisboa, com foco em fotografia de arquitetura. Trabalha como freelancer, colaborando com ateliers de arquitetura e publicações editoriais, entre outros. Para o Moinho da Areia, o Luís viajou até São Miguel e ficou alojado no próprio Moinho da Areia para documentar o projeto na sua totalidade – desde os detalhes de arquitetura e design de interiores, até à paisagem envolvente e à vida local. Além disso, criou uma série de retratos de toda a equipa do projeto. O resultado é aquilo que vê: a grande maioria das fotografias publicadas neste website – e noutras plataformas – pertence à sua narrativa visual atenta e bem apurada.
Website
Luis Nobre Guedes
Luzalba
Artista visual
Luzalba é o nome artístico de Daniela – artista visual, professora e investigadora portuguesa, que trabalha com artes visuais, design, escultura, performance e técnicas tradicionais de impressão. A sua prática artística baseia-se num profundo envolvimento com elementos naturais, rituais ancestrais e referências científicas. Nos últimos anos, o seu foco criativo tem-se voltado para a cultura do mar, moldado pela sua proximidade ao Atlântico. Para o Moinho da Areia, Luzalba realizou uma breve residência artística em São Miguel, e foi aí que trabalhou com espécies como alfonsim, peixe-porco, peixe-galo, boca negra, encharéu e raia, que imprimiu diretamente a partir do peixe, utilizando tinta de choco sobre têxteis reciclados provenientes da indústria da hotelaria. Estas obras habitam agora as suites do nosso moinho – cada uma é única, com diferentes espécies e composições. Criou ainda uma série de cianotipias com elementos recolhidos em terra e no mar, uma viagem visual que se desenrola ao longo do piso superior, até ao terraço.








Técnica e Materiais
Peixe fresco impresso com tinta de lula em tecido de lençol descartado
Título
Terra&Mar
Técnica e Materiais
Cianotipia em papel de aguarela de 300 g/m²
Ano de produção
2024
Marta Ramos, Ginger & Stitch
Artista de bordados
Marta Ramos é uma artista portuguesa natural de Mangualde, atualmente baseada em Lisboa, onde gere um estúdio de fotografia e vídeo de gastronomia. Com formação em cinema e uma ligação familiar profunda ao têxtil – inspirada pela avó e pelo avô alfaiate – começou a explorar o bordado sob o alter ego Ginger & Stitch. A sua prática combina técnicas tradicionais de costura com materiais inesperados, como fotografias, tecidos vintage e páginas de livros, dando origem a uma linguagem visual distinta e lúdica, que partilha com outras pessoas, frequentemente através de workshops. Para o Moinho da Areia, a Marta aceitou uma colaboração relâmpago para desenvolver os uniformes bordados da nossa equipa – um projeto que idealizámos muito antes da abertura, em agosto de 2024. Na altura, abrimos com peças de vestuário básicas, conscientes de que queríamos algo mais intencional e artesanal. Desde o início, sabíamos que queríamos desafiar as convenções do design de uniformes na indústria da hospitalidade – optando pelo bordado manual em vez de logotipos bordados à máquina, para dar intenção e individualidade a cada peça, trocando a precisão mecânica pela beleza humana e irregular dos detalhes cosidos à mão. Em março de 2025, regressando à ideia que tinha ficado em suspenso e após um período de pesquisa, encontrámos a Marta e soubemos de imediato, pela sua atitude entusiástica, que era a pessoa certa para concretizar esta visão. Agora, em abril de 2025, à medida que a equipa em São Miguel se prepara para receber as peças que ela criou, fica o lembrete de que as melhores coisas valem sempre a espera – e que as ideias com propósito não têm prazo de validade. Marta desenhou e bordou duas versões das nossas camisas, bem como um lenço, com elementos marinhos, o nosso logótipo e uma frase distintiva com linhas de algodão 100%. O resultado não é um uniforme no sentido tradicional, mas um visual que reflete a identidade e as cores do Moinho da Areia – com a leveza da vida à beira-mar, onde os detalhes bordados surgem em locais pouco comuns e inesperados.










Miguel Cardinho
Artista Visual
Miguel Cardinho é um artista português, nascido em Leiria. O seu principal interesse reside na recolha e reinterpretação de objetos e materiais descartados pela sociedade, explorando formas de os reintegrar na vida quotidiana através de técnicas DIY. Com um forte foco tanto no artesanato tradicional como contemporâneo, o seu trabalho mistura humor com reflexão crítica. Paralelamente, dinamiza workshops de upcycling, onde partilha práticas sustentáveis assentes no saber-fazer manual e na reinvenção criativa. Para o Moinho da Areia, o Miguel criou uma peça para a sala de estar, utilizando materiais recolhidos na praia, incluindo madeira, plástico, metais e pedras. A obra é uma exploração estratificada e ligeiramente satírica de São Miguel, reunindo elementos de terra e mar, e evocando o quotidiano da Ribeira Grande – a segunda maior cidade da ilha e onde se localiza o nosso moinho. Entre várias referências locais, destaca-se uma alusão à Ponte dos Oito Arcos, um elemento arquitetónico emblemático da cidade, inserido numa narrativa mais ampla que visa sensibilizar para a poluição marinha e para a importância de a combater com cuidado e criatividade.
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Dialogues with the Artists



Título
O mar é a ponte
Técnica e Materiais
Técnica mista com materiais recolhidos na praia, incluindo madeiras, metais, plásticos e pedras
Ano de produção
2023
Rita Sevilha
Artista têxtil
Rita Sevilha é uma artista têxtil portuguesa, que tem no tecido a sua linguagem profissional – particularmente através da tapeçaria e da tecelagem – envolvendo temas como a sensação, a memória e a emoção. Enraizada em técnicas tradicionais, a sua prática traz para o tecido a força e a simplicidade da natureza, transformando fibras em bruto em composições silenciosamente poderosas. Para o Moinho da Areia, a Rita criou uma série de tapeçarias à mão que homenageiam o passado e o legado do moinho. Estas peças, elaboradas com linho e cereais como o trigo barbudo negro, estão expostas na sala de estar – por cima das mós originais – e ao longo da escadaria, evocando a memória dos cereais outrora moídos neste lugar e celebrando o papel do moinho na vida socio-económica da Ribeira Grande. A par destas, criou também uma tapeçaria que retrata o próprio Moinho da Areia, atualmente pendurada por cima da mesa do pequeno-almoço. Enquadrado pela presença das mós, acreditamos que o seu trabalho conecta o espaço à sua história, ao mesmo tempo que oferece uma nova forma de a experienciar.
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Título
Aveia
Técnica e Materiais
Tapeçaria tecida com linho e grãos de aveia (Díptico)
Ano de produção
2023
Título
Trigo
Técnica e Materiais
Tapeçaria tecida com linho e trigo barbudo negro (Tríptico)
Ano de produção
2023
Título
Moinho
Técnica e Materiais
Tapeçaria feita com linho e fios de lã
Ano de produção
2023
Tiago Águas
Designer de produto circular
Tiago Águas é um designer português baseado em Lisboa, com formação em design de produto. Licenciado em Design e com mestrado na mesma área, a sua prática explora materiais como madeira, aço, cerâmica e, mais recentemente, plástico reciclado. Para além do trabalho manual, colabora também com desenho técnico, modelação 3D e renderização, unindo o lado artesanal à precisão digital. Desde 2016, o Tiago tem-se dedicado sobretudo ao plástico reciclado, adotando princípios circulares, com o objetivo de minimizar o desperdício e criar peças adaptáveis, duradouras e com ressonância emocional. Aquilo que começou como um projeto experimental de criação de quilhas de surf, evoluiu para uma investigação mais ampla sobre o plástico como material significativo para o futuro. Para o Moinho da Areia, o Tiago desenvolveu uma série de peças personalizadas a partir de plástico reciclado: mesas de centro para a sala de estar, penduradores de porta cor-de-rosa para a cozinha e ganchos para toalhas nas casas de banho. Concebidos para serem úteis, duráveis e subtilmente expressivos, estes objetos demonstram o potencial que o design tem para se envolver com a economia circular de forma tangível e quotidiana – provando que mesmo materiais descartados podem ser reinventados como peças duradouras e enriquecedoras para a vida.







